
Andei conversando com alguns amigos na madrugada de ontem. Amigos de apostila, por vezes contraditórios, contudo, extremamente claros, e um tanto influenciadores. Hoje relatarei meu diálogo com Nicolau, sim o "maquiavélico":
- Olá Maquiavel
- Olá, como está?
- Não muito bem
- Por quê?
- Estou com a consciência um tanto pesada. Menti para muita gente nos últimos dias.
- Entendo. E alcançou o objetivo de tal mentira?
- Teoricamente sim. Ganhei o respeito de algumas pessoas, e deixei de magoar outras.
- Pois então, os fins justificam os meios.
- Você já mentiu Maquiavel?
- Obviamente, sou um Príncipe.
- Não entendo. Ser um príncipe justifica mentiras?
- O que um príncipe deve fazer para ser perfeito a você?
- Hm. Ter um bom caráter, satisfazer todos meus interesses...?
- Isso inclui te proteger
- Sim
- Proteger combatendo seus inimigos
- ... Sim
- Ou seja, sendo mal aos seus inimigos. Entende que para proteger-te terei de mentir por vezes?
- ... anh, acho que entendo
- Responda-me, você prefere ser um leão ou uma raposa? E por quê?
- Um leão. Pois ele é mais forte que a raposa.
- Sim, porém, lembre-se que os leões não tem a agilidade, e a defesa contra os laços, que a raposa tem.
- Hm, então devo querer ser a raposa (?)
- Mas lembre-se também que a raposa não tem a defesa contra os lobos que o leão tem.
- Oras, qual você deve ser então?
- Precisa ser raposa para conhecer os laços, e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem sucedidos. Compreenda; o "bom caráter" de seu príncipe pode se determinar conforme as circunstâncias, e o necessário.
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Talvez ele esteja certo. Talvez uma monarquia, onde exista essa flexibilidade admitida do monarca seja uma boa opção de sistema social. Porém, só ajuda a confirmar-mos (ou conformarmo-nos) que não passa de utopia um sistema que agrade a todos, nos conformes da ética platônica e aristotélica. Mas isso é assunto para o meu diálogo com o Thomas More. Fica para o próximo sonho.
ps. Look at picture: "Comentado por Napoleão Bonaparte"
Se eu fosse espírita, diria que rola um lance de reencarnação nessa história, hã!
ps.2 Não, Maquiavel não foi um Príncipe. Entrou para a política italiana como Secretário da Segunda Chancelaria, na transição do século XV ao XVI. (Renascimento)
(LÍDIA)
Peguei o "maquiado" ;)
ResponderExcluirMas eu acho bacana essa tese da duplicidade de personalidade "lobo e leão", bem pertinente a qualquer período da História.
Good Job!
nicolau, nicolau, porque foges?
ResponderExcluirhahahaha
ResponderExcluirEssa rula ! \o